“Justiça só com luta e organização”, afirmam atingidos dois anos após crime em Brumadinho
Foto: Joka Madruga
Nesta segunda-feira (25), o crime da Vale em Brumadinho completa dois anos. Para dar ainda mais visibilidade às sucessivas violações dos Direitos Humanos na região e denunciar o acordo judicial injusto promovido pela Vale com o Estado de Minas Gerais sem a participação das vítimas, o Movimento dos Atingidos por Barragens organiza o evento “Jornada de Lutas: 2 anos do crime da Vale em Brumadinho – Justiça só com luta e organização”.

A jornada, lançada no final do ano passado, conta com uma série de atividades de denúncia da situação crítica dos atingidos: presenciais, na porta do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), respeitando os protocolos de segurança contra o contágio do coronavírus, e virtuais, com encontros temáticos e ações nas redes sociais sobre o modo de vida dos atingidos da bacia do rio Paraopeba afetado com o crime.
Nesta sexta-feira (22), foi realizada a Coletiva Internacional de Imprensa onde a Coordenação Nacional do MAB e atingidos puderam responder aos jornalistas e parceiros questões sobre as expectativas perante o Acordo Judicial e também as principais consequências do crime, que segue causando problemas para a população, como por exemplo, o abastecimento comprometido de água potável. (gravação disponível)
Acordo Judicial com atingidos de fora
Na semana anterior ao marco dos dois anos, os atingidos foram surpreendidos com a notícia de que os processos judiciais, com tramitação em 1ª instância na 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, conduzidos pelo juiz Elton Pupo Nogueira, foram transferidos para a 2ª instância, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Segundo nota do MAB, a manobra não passa de um golpe jurídico para possibilitar que a Vale cumpra sua parte na reparação integral do crime.
Com uma construção que não permitiu a participação dos atingidos desde o início, a preocupação, na opinião do Movimento é que o Acordo entre Vale e governo de Minas Gerais seja fechado sem contemplar pontos importantes para que a justiça possa ser feita, como a inclusão da continuidade do trabalho das Assessorias Técnicas na região e do pagamento do Auxílio Financeiro para as vítimas.
O MAB defende que seja instaurado um Programa Social de Renda na Bacia do rio Paraopeba.
Entenda o crime
Com o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, 272 pessoas morreram e o rio Paraopeba, importante fonte de renda para mais de 20 comunidades, ficou totalmente destruído.
A situação das famílias atingidas é acompanhada desde o início pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, que nesses dois anos, luta por direitos e reparação justa e integral para os moradores da bacia do rio Paraopeba.
PROGRAMAÇÃO:
Sábado (23 de jan)
– 15h – Ato das Mulheres Atingidas por Barragens (no facebook e youtube – @mabbrasil)
Segunda-feira (25 de jan)
- Atos presenciais em MG (cobertura nas redes do MAB)
- 10h – Tuitaço unificado denunciando o crime
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