Enfermagem: quem cuida precisa de apoio
Entre os dias 12 a 20 de maio celebra-se a semana da enfermagem. O Brasil tem cerca de 1,6 milhões de profissionais ligados à enfermagem, de acordo com pesquisa da Fiocruz.
A equipe de enfermagem é composta pelos profissionais que trabalham em diferentes ramos: privado, público, empresarial e no atendimento domiciliar. Atuam profissionalmente em 11 áreas básicas de atuação.
A sobrecarga é uma das tristes marcas do profissional, transitando entre trabalhos de baixa, média e alta complexidade, sujeitos a ausência de acompanhamento profissional, e ao adoecimento por doenças em local de trabalho.
A equipe de enfermagem recebe o reconhecimento da comunidade e do bairro pelo carinho e envolvimento, pelo trabalho de cuidado e atenção com as pessoas, o que se materializa em políticas tais como Estratégia em Saúde da Família (ESF).
É fato que a categoria sofre também com os problemas decorrentes da opressão de gênero, devido ao fato de a maioria ser composta por trabalhadoras, o que acaba privilegiando mais a profissão masculina do médico em comparação com a enfermeira.
Há também os riscos à Saúde do Trabalhador e à geração de doenças do trabalho, tais como Ler/Dort nos braços devido ao trabalho repetitivo e intenso – sem assistência no processo de tratamento da doença. Além de prejuízos à saúde mental, por lidar diariamente com situações de doenças e morte A categoria em sua maioria, no estado e na capital curitibana, é feminina – apesar de, nos órgãos e conselhos de enfermagem, a representação ser, em sua maioria, masculina nas direções.

Servidoras de Curitiba lutam por direitos
A categoria da enfermagem é composta pelos seguintes profissionais: auxiliares, técnicos e enfermeiros, de acordo com a lei 7.498. O quadro de servidores está distribuído nos diversos equipamentos da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.
O problema é que existem graves desigualdades de remuneração entre esse segmento e outros profissionais da saúde, caso de médicos e dentistas, além de problemas na jornada de trabalho.
A Prefeitura fez uma Lei (14507), em 2014, possibilitando a transição de auxiliares para técnico em enfermagem, o que deu a oportunidade para os profissionais terem a valorização e atuarem enquanto técnicos. Mas a gestão não cumpriu e segue não cumprindo essa lei.
A Prefeitura está usando um profissional sem pagar pelo seu serviço, que é o auxiliar que deveria estar atuando como técnico. “A prefeitura jogou todo mundo como técnico, inclusive quem não tem habilitação para isso, sem o devido pagamento”, afirma Irene Rodrigues, coordenadora geral do Sismuc.
A luta da enfermagem por igualdade. Enfermeiras e enfermeiros lutam pelos mesmos 80% na gratificação por atuação na Estratégia em Saúde da Família (ESF) que médicos e dentistas recebem.
Os trabalhadores já manifestaram sua indignação com a pendência da isonomia com médicos e dentistas, prometida em mesa de negociação desde 2013.
Outra pauta abandonada até o momento e que compromete a igualdade na Saúde é o adicional por risco de vida. Hoje, médicos e dentistas levam integralmente o adicional na aposentadoria, enquanto enfermeiros têm apenas o proporcional ao tempo de serviço.
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Imprensa Sismuc
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