JOSÉ E O AGORA
José serviu o exército por mais tempo do que havia programado.
A realidade e as circunstâncias o empurraram para uma guerra.
Foram vários os combates. E a vida de José escapou por centímetros de munições com capacidade de separar a cabeça do seu corpo.
José matou, escapou ileso, resgatou companheiros, colocou a pele a prêmio, em plenos dias de comida e de sono nenhuns.
O que veio depois: ele retornou a dormir numa cama e a repousar num sofá, enquanto as crianças imploravam segundos de atenção sonegada.
Nunca mais conviveu com bombas. José assumiu e enfrentou o que sequer o exército havia lhe ensinado.
Depois veio a aceitação, pouco a pouco, do inimigo tédio.
E o pior é que, pela segunda vez, ele conseguiu sobreviver até o fim.
Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta
Terra Sem Males